Castelo de Guimarães

No século X, após ter enviuvado do Conde Hermenegildo (ou Mendo) Gonçalves, a Condessa Mumadona Dias assume o governo do Condado Portucalense e toma duas medidas de grande importância funda, na parte baixa de Guimarães, o Mosteiro de Santa Maria (por volta do ano de 950) e, na parte alta, um castelo, o denominado Castelo de S. Mamede (entre os anos 950 e 957).

A construção deste castelo foi necessária para defender o Mosteiro recém edificado e as populações que, entretanto, se foram fixando junto a estas duas construções. A construção deste Castelo foi igualmente, uma forma de afirmar o seu poder perante os demais senhores feudais.

Um diploma que assinala a entrega do Castelo de S. Mamede ao Mosteiro de Guimarães, em 4 de dezembro de 968, é a primeira referência conhecida a esta fortificação.

Paradigma das origens da nacionalidade e da própria figura de D. Afonso Henriques, o Castelo de Guimarães é um dos monumentos mais representativos do imaginário medieval português. A sua construção inicial remonta ao tempo de Mumadona Dias, que o mandou edificar pelos meados do século X, com o objetivo de defender o mosteiro de Santa Maria de Guimarães, dos ataques de muçulmanos e normandos.

Desse primitivo reduto militar pouco ou nada se sabe, para além do facto de constituir um dos primeiros exemplos “de uma estrutura castelar erguida para assegurar a proteção de um mosteiro, um binómio que se viria a verificar muitas outras vezes nas centúrias seguintes” (BARROCA, 1996, p.18).

Mais de um século depois, o Conde D. Henrique (a quem tinha sido doado o condado portucalense) escolheu Guimarães para estabelecer a sua corte. Talvez tenha pesado na sua decisão a segurança que o Castelo de São Mamede – assim lhe tinha chamado sua fundadora – oferecia.

O forte, por essa altura, necessitaria de reformas urgentes e o conde optou por demolir parcialmente a construção de Mumadona, ampliando a área ocupada pela fortaleza original, com novos e mais potentes muros, que apresentam uma técnica já muito próxima do Românico.

Datam, contudo, do século XII as mais importantes reformas arquitetónicas no castelo. De acordo com os estudos de Mário Barroca, é este tipo de aparelho do século XII, já plenamente Românico, que “percorre, pela primeira vez de forma integral, todo o perímetro amuralhado do castelo (…) embora ignore todos os torreões e não se detete na Torre de Menagem” (BARROCA, 1996, pp.21-22). Esta imponente torre quadrangular, que hoje tão singularmente carateriza o monumento, foi, assim, construída em época mais tardia, já na segunda metade do século XIII, com grande probabilidade no reinado de D. Dinis.

Da reforma então efetuada datam também os oito torreões e uma parte significativa das muralhas da cidade, que arrancam, precisamente, dos torreões. Na viragem para a segunda dinastia, parte do espaço do castelo foi privatizado, construindo-se, então, um paço senhorial destinado ao alcaide da fortaleza. Organizado em quatro andares e com um espaço médio de c. 100-120 m2 (BARROCA, 1996, p.26), a sua construção significou a derradeira renovação do velho castelo medieval.

A radical mudança nas táticas militares, motivada pela introdução da pirobalística, determinou o início de uma longa decadência da fortaleza vimaranense. Logo no século XVI, aqui foi instalada a cadeia da cidade. No século seguinte, o recinto acumulou as funções de palheiro real e as de pedreira. O século XIX foi, sem dúvida, o mais desastroso período para o monumento.

O estado de ruína do Castelo aumentava cada dia e em 1836, um dos membros da Sociedade Patriótica Vimaranense (associação criada para promover os interesses progressistas locais) defendeu a demolição do Castelo e a utilização da sua pedra para ladrilhar as ruas de Guimarães, já que a fortaleza tinha sido usada como prisão política no tempo de D. Miguel. Tal proposta, felizmente, nunca foi aceite.

45 anos depois, a 19 de Março de 1881, em Diário do Governo, classificava-se o Castelo de Guimarães como o único monumento histórico de primeira classe em todo o Minho. Meio século mais tarde dava-se início ao restauro da estrutura, mais propriamente em 1937. Esta campanha, que conferiu ao monumento o aspeto geral que hoje possui, foi conduzida pela Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, no seu vasto programa de restauro e de celebração da Idade Média portuguesa.

Com projeto do arquiteto Rogério de Azevedo, um dos principais nomes do restauro patrimonial no nosso país naquela primeira metade do século XX, o restaurado castelo foi inaugurado a 4 de Junho de 1940, por ocasião das Comemorações do VIII Centenário da Fundação da Nacionalidade.

IPPAR / IGESPAR

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A11
A28, A7
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Estacionamento: na rua Conde D. Henrique e parque de estacionamento do Largo da Mumadona (estacionamento pago) e Campo de S. Mamede (estacionamento gratuito).

Localização:

Latitude: 41.447889
Longitude: -8.290334

Rua Conde D. Henrique, 4800-412 Guimarães, Braga Portugal
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