Castelo de Algoso

Castelo roqueiro construído no século XII, foi, de início, centro da autoridade real em Terras de Miranda. Por volta de 1224, D. Sancho II doou o castelo aos Hospitalários, que aqui fizeram significativas obras, nomeadamente a torre de menagem e a cisterna abobadada que ainda hoje subsistem. A partir do final do séc. XIII torna-se um castelo de 2ª linha, sendo abandonado no séc. XVII.

O castelo de Algoso é uma das mais importantes fortalezas medievais do Leste transmontano, evocadora das guerras com Leão, das tentativas do monarca português em afirmar a sua autoridade na região e, finalmente, da comenda hospitalária que aqui se estabeleceu em 1224 (TEIXEIRA, 2004).

A arqueologia permitiu confirmar que, antes de a Idade Média aqui ter erguido um castelo, foram várias as fases de povoamento, identificando-se materiais dos períodos calcolítico (em particular moldes de fundição de machados de bronze), proto-histórico e romano (correspondendo, estes últimos, a elementos cerâmicos aparentemente associados a uma lixeira do século IV e não a uma efetiva presença militar) (ARGÜELLO, 2004, pp.195-196).

A história do castelo de Algoso tem início no século XII, em altura ainda incerta, mas que se poderá situar “durante a fase final do reinado de Afonso Henriques, quando Sancho I se encontrava já associado ao exercício do poder régio” (TEIXEIRA, 2004, p.179). Por essa altura, e de acordo com informações das Inquirições de 1258, o castelo foi construído por Mendo Bofino (ao que tudo indica um dos apoiantes da causa de Afonso Henriques contra D. Teresa, e que, nas décadas centrais do século XII, teve grande protagonismo no Leste transmontano), em troca da vila de Vimioso.

Verifica-se, assim, uma associação entre um importante nobre local (que sabemos ter tido ligações com a corte de Leão, mas que se manteve fiel à causa portuguesa) e o rei, indicador que, associado à condição do castelo como cabeça da Terra de Miranda, revela bem a importância da fortaleza “como ponto nuclear de apoio da autoridade régia” nesta periférica região (IDEM, p.181). Infelizmente, desta primeira fase de construção, pouco ou nada sabemos.

É possível que obedecesse “aos princípios do “castelo românico”, com ou sem torre de menagem no interior do recinto murado”, e acompanhando as condicionantes do terreno, mas nenhum elemento resgatado arqueologicamente é cronologicamente relacionável com esse período (IDEM, p.185) e, pelo registo arqueológico, parece confirmar-se que os níveis do século XII “foram arrasados nos séculos posteriores” (ARGÜELLO, 2004, p.196).

A partir de 1224, a primitiva estrutura foi radicalmente alterada. Nesta data, ou um pouco antes (TEIXEIRA, 2004, p.182), o castelo foi doado à Ordem de São João do Hospital, depois de um relativamente longo período de guerra com Leão. Nesta altura, a expansão da autoridade régia por Trás-os-Montes privilegiava a criação de julgados e de vilas novas, de carácter urbano, relegando os castelos para uma situação puramente defensiva e de conteúdo unicamente militar.

Na posse dos Hospitalários, o castelo foi transformado numa fortaleza gótica, caracterizada por uma ideia de defesa ativa. Data deste período a torre de menagem heptagonal, assim concebida para melhor resistir a ataques, proporcionar mais adequados ângulos de tiro (em particular os verticais, conforme se documenta pela existência de um balcão de matacães sobre a porta de entrada do recinto) e melhor servir de residência ao comendador (IDEM, p.185).

Do projeto gótico, terá feito igualmente parte um torreão localizado a Sul, que Duarte d’Armas ainda desenhou em 1509. Na transição para a Modernidade, o castelo foi parcialmente atualizado à pirobalística, mas “sem um programa extenso e coerente de remodelação”, os trabalhos foram muito limitados (IDEM, p.187).

No Numeramento de 1530, refere-se que, no castelo, só vive o alcaide (GOMES, 2003, p.148) e, em 1684, eram já muitas as estruturas que se encontravam abandonadas e em ruínas. No final do século XVII, ainda se procederam a algumas obras, mas só muito recentemente se inverteu o processo decadente, primeiro com a DGEMN (nas décadas de 50 a 70 do século XX) e, na atualidade, com o IPPAR e depois a DRCN que, em parceria com a autarquia de Vimioso, aqui desenvolveu um importante projeto de recuperação e valorização do conjunto.

IPPAR / IGESPAR

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Como chegar:
Castelo – situado no cabeço da Penenciada, próximo da aldeia de Algoso
Centro de Acolhimento – na aldeia de Algoso, 5230-010 ALGOSO

Localização:

Latitude: 41.469669
Longitude: -6.574492

Largo do Pelourinho, 5230-010 Vimioso, Bragança Portugal
Informação Útil:

Horário
outubro a março 3ª feira: 14h00>17h30 4ª feira a domingo: 10h00>12h30 / 14h00>17h30 abril a setembro 3ª feira: 14h00>18h30 4ª feira a domingo: 10h00>12h30 / 14h00>18h30
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