Apresentação do Roteiro «Viajar com… Florbela Espanca»

A Direção Regional de Cultura do Norte promove no próximo dia 11 de dezembro, pelas 18h30, a apresentação pública do roteiro literário «Viajar com... Florbela Espanca», de José Carlos Seabra Pereira, na Biblioteca Municipal de Matosinhos.

A partir da edição da coleção Viajar com… Os caminhos da Literatura, a Direção Regional de Cultura do Norte pretende dar a conhecer alguns dos mais relevantes escritores da Literatura Portuguesa, cuja vida e obra passaram pela região Norte.

Recorde-se que, no âmbito desta iniciativa, foram já editados cerca de duas dezenas de roteiros, dedicados, a título de exemplo, a Aquilino Ribeiro, Ferreira de Castro, Camilo Castelo Branco, Eça de Queiroz, Trindade Coelho, José Régio, Miguel Torga, Luísa Dacosta ou Guerra Junqueiro.

Ao leitor propõem-se dois desafios: viajar pelo Norte de Portugal guiado pela mão experiente e mágica dos nossos escritores e, simultaneamente, viajar por dentro dos caminhos da literatura, descobrindo as paisagens, as cores, os sons que inspiraram as páginas que eles nos deixaram e, também, as ações e as gentes que deram corpo às personagens e heróis que criaram para nós e que, hoje, fazem parte do nosso imaginário coletivo e da nossa identidade.

Florbela Espanca | Nota biográfica

Florbela Espanca (1894-1930) foi uma importante poetisa portuguesa. Escreveu poesias e contos, além de ter sido a grande precursora do feminismo em Portugal.

Florbela Espanca, nome literário de Flor Bela Lobo, nasceu em Vila Viçosa, no Alentejo, Portugal. Filha de Antónia da Conceição Lobo e de João Maria Espanca, que era casado com Mariana do Carmo Toscano, mas não tinha filhos. Flor Bela foi registrada como filha de Antónia e de pai desconhecido. Em 1903 começou a assinar os seus primeiros textos com o nome de “Flor d’Alma da Conceição”. Nesse mesmo ano, escreve seu primeiro poema intitulado “A Vida e a Morte”, já mostrando sua vocação pela poesia amarga.

Em 1906, Florbela escreveu seu primeiro conto “Mamã!”. Em 1907 apresenta os primeiros sintomas de uma doença nervosa. Em 1908 ficou órfã de mãe e junto com o irmão, passa a morar com o pai e a madrasta. Ingressa no Liceu de Évora, onde permanece até 1912. No ano seguinte, casa-se com Alberto Moutinho, um amigo da escola. Em 1917 está novamente sofrendo uma crise nervosa.

Numa sociedade patriarcal, Florbela foi corajosa e a frente do seu tempo. Foi uma das primeiras mulheres em Portugal a frequentar o curso de Direito da Universidade de Lisboa. Casou e separou diversas vezes, sentindo o preconceito da sociedade. Traduziu diversos romances franceses para a Livraria Civilização do Porto. e colaborava com várias revistas e jornais, como Modas & Bordados (do jornal O Século de Lisboa), Notícias de Évora, A Voz Pública e outros.

Sua poesia densa, amarga, triste, erótica e egocêntrica, quase sempre era apresentada em forma de soneto, e principalmente com a temática amorosa. Não fez parte de nenhum movimento literário, embora seu estilo lembrasse muito os poetas românticos. Florbela suicidou-se com o uso de barbitúricos, no dia de seu aniversário, às vésperas da publicação de sua obra-prima “Charneca em Flor”, que só foi publicada em janeiro de 1931. Florbela Espanca morreu em Matozinhos, Portugal, no dia 8 de dezembro de 1930. Em 1949 foi publicado “Cartas de Florbela Espanca”.

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