No âmbito da 17.ª Sessão do Comité Intergovernamental da UNESCO para a Salvaguarda do Património Cultural, foi aprovada a candidatura luso-galaica do projeto “Ponte… nas Ondas” ao Registo de Boas Práticas no Património Cultural Imaterial.
O Registo de Boas Práticas tem como objetivo o reconhecimento de programas, projetos e atividades que melhor refletem os princípios e objetivos da Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial. Este projeto junta-se assim à lista de 29 projetos e programas internacionais já aprovados desde 2009.
O Comité Intergovernamental da UNESCO salientou a qualidade do processo da candidatura “Ponte… nas Ondas”, apresentado em conjunto por Portugal e Espanha, o qual valoriza o envolvimento das comunidades, grupos e indivíduos na salvaguarda do património cultural imaterial comum e partilhado nos dois lados da fronteira luso-galaica.
Refere ainda que este modelo PNO!, enquanto experiência transfronteiriça, pode ser reproduzido internacionalmente para reforçar o diálogo entre gerações e a transmissão do património cultural imaterial, potenciando também o diálogo e cooperação entre comunidades de diferentes países.
O projeto «Ponte… nas Ondas!» teve início em 1995, quando um grupo de professores de várias escolas primárias e secundárias de ambos os lados da fronteira começou a trabalhar em conjunto para manter, transmitir e disponibilizar contextos para manter viva a cultura patrimonial da sua raia.
Estes valores de união transfronteiriça promovidos pela «Ponte… nas Ondas!» contribuem para a preservação, difusão e transmissão de um património comum a diferentes comunidades e promove o diálogo intercultural.
O nome da Associação Ponte… nas Ondas! deriva da atividade de que surgiu: um dia de rádio que juntou escolas vizinhas de ambas as margens do rio Minho com o intuito de celebrar, a partir das escolas, o facto histórico que supôs para estas terras a inauguração de uma ponte física entre as localidades de Salvaterra de Minho (Espanha) e Monção (Portugal). Nessa altura, um grupo de 16 escolas decidiram então estabelecer uma ponte de comunicação através das ondas de rádio.
