Projeto Termus: novas aquisições

O Museu da Terra de Miranda continua a adquirir novos instrumentos musicais para ampliar, diversificar e atualizar a sua coleção. A iniciativa decorre no âmbito do Projeto Termus - Territórios Musicais.

O Museu da Terra de Miranda continua a adquirir novas peças para integrar, ampliar, diversificar e atualizar a coleção de instrumentos musicais. Recentemente, foram integradas mais peças: uma charamela, uma caixa e duas ponteiras (estas feitas em madeira de buxo).

As aquisições foram concretizadas através do projeto Termus – Territórios Musicais, um projeto europeu de cooperação transfronteiriça desenvolvido pelo Museu da Terra de Miranda e pelo Museo Etnográfico de Castilla y León.

O projeto visa a recuperação, conservação e valorização do Património Material e Imaterial relacionado com a música tradicional e popular na Terra de Miranda (Portugal) e na província castelhano e leonesa de Zamora (Espanha), através da recolha sistemática e da difusão de testemunhos orais que preservem a solidez da memória sonora deste território e a sua diversidade cultural.

Sobre a charamela

A charamela é instrumento musical que se encontra ligado à Terra de Miranda, uma vez que este era um dos instrumentos de maior relevo na banda de música, adida ao cabido aquando da sua existência, no tempo em que Miranda do Douro era Sede de Diocese.

Quando a Diocese se encontrava “na máxima força”, a banda de música adida ao poderoso cabido, tocava em todas as procissões realizadas na cidade de Miranda do Douro. Tinha a dita banda, músicos profissionais. A presença da charamela, do baixão, do baixinho e da sacabuxa, entre outros instrumentos da época, nessa banda, é relatada em textos atinentes à Sé de Miranda.

Com a ruína de Miranda, depois do ataque ao seu castelo e por conseguinte à cidade, levada a cabo por Espanha, o bispo e todos os funcionários clericais acabam por abandonar Miranda e estabelecem-se em Bragança. Com o desaparecimento do cabido, a dita banda de música é extinta.

O historiador António Rodrigues Mourinho identificou os documentos que mencionam os instrumentos utilizados pela banda, com especial destaque para os já mencionados. Não restando nenhum instrumento físico, o historiador, lança o desafio ao construtor de instrumentos, Célio Pires, para este conseguir criar uma charamela. Não existindo nenhum instrumento físico, a tarefa revelava-se particularmente difícil.

Ainda assim, o construtor aceita o desafio e após muita investigação, leitura de textos e alguma iconografia, consegue criar a primeira charamela. Considerando o instrumento importante, Célio Pires constrói uma segunda charamela e incorpora-a ao grupo de música original mirandesa Trasga, do qual é fundador, pela sua sonoridade e “casamento” perfeito com outros instrumentos usados naquele grupo, como a flauta de tamborileiro (fraita), a sanfona, a gaita de fole mirandesa, o rabel, entre outros.

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