Obras notáveis de Rosa Ramalho expostas em Cascais

Isabel Maria Fernandes, Diretora do Museu Alberto Sampaio, Paço dos Duques de Bragança e Castelo de Guimarães, é a curadora da Exposição “ROSA RAMALHO: As Escolhas de um Colecionador”, patente ao público no Palácio da Cidadela, em Cascais.

“ROSA RAMALHO: As Escolhas de um Colecionador” é a mais recente exposição aberta ao público no Palácio da Cidadela. Com curadoria de Isabel Maria Fernandes, a mostra divulga pela primeira vez ao público um notável conjunto de obras de Rosa Ramalho (1888-1977), uma das mais conhecidas bonecreiras portuguesas do século XX.

A exposição, que reúne mais de uma centena de peças, propriedade dos herdeiros do colecionador Tito Iglésias que vivia no Monte Estoril, dá a conhecer o vasto trabalho da bonecreira barcelense, evidenciando os aspetos em que Rosa Ramalho explora a imitação de peças que aprendeu a fazer ainda em menina, no final do séc. XIX, e aquelas em que é notória a sua reconhecida criatividade figurativa através da qual evoca o surrealismo, o real e o fantástico.

O percurso pelas várias salas deste espaço cultural de Cascais possibilita o conhecimento das técnicas utilizadas pela escultora, ceramista e oleira na produção de figurado e o modo como tratava temas como a vida quotidiana, a festa e os divertimentos, a religião, a fauna, o bestiário e o bicho feroz com boca de lampreia.

ROSA RAMALHO | Rosa Barbosa Lopes nasce a 14 de agosto de 1888, em S. Martinho de Galegos. A sua ligação com o barro dá-se cedo. Numa terra onde os artífices da cerâmica abundavam, ainda menina, rondaria os sete anos de idade, aprendeu esta arte com uma vizinha e começou a fazer pequenas cestas e figurinhas de barro figurado (o divertimento e a delícia da pequenada), que se vendiam em Barcelos e pelas feiras, festas e romarias do norte de Portugal.

Não andou na escola, não sabendo ler nem escrever. A 20 de fevereiro de 1908, antes dos 20 anos, casa com António da Mota, moleiro de profissão. Durante os quase 50 anos em que foi casada, dedica-se a ajudar o marido nas diversas tarefas da vida de moleiro, bem como a cuidar dos filhos e da casa, continuando também a fazer figurado.

Morre a 24 de setembro de 1977, em sua casa, em S. Martinho de Galegos, Barcelos.

A título póstumo, a 9 de abril de 1981, é agraciada com o grau de dama da Ordem Militar Sant’Iago da Espada e a 31 de agosto de 2022 recebe a medalha de Honra da cidade de Barcelos (grau Ouro).

Sobre Isabel Maria Fernandes

Isabel Maria Fernandes licenciou-se em História, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (1981). Possui o Curso de Conservador de Museu (Lisboa, 1983). Doutorou-se em Idade Contemporânea no Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho (2013).

Foi Conservadora do Museu de Olaria entre 1983 e 1995; diretora do Museu de Alberto Sampaio, entre 1999 e 2010; técnica superior no Museu de Alberto Sampaio/Paço dos Duques, entre 2012 e 2014. É desde 2014 Diretora do Museu de Alberto Sampaio, Paço dos Duques de Bragança e Castelo de Guimarães.

Tem-se dedicado ao estudo da cerâmica portuguesa, procurando também dar o seu contributo para a reflexão sobre temáticas relacionadas com a gastronomia histórica, os Museus e o estudo e inventariação do património móvel. Tem escrito principalmente sobre cerâmica portuguesa, mas também sobre gastronomia histórica e algumas temáticas relacionadas com a museologia.

(Fonte: Câmara Municipal de Cascais)

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