Intervenção concluída

Estão concluídas as obras de conservação e restauro da Igreja Matriz de Azurara, Vila do Conde, concretizadas ao abrigo de um Protocolo de Parceria e Cooperação, assinado entre a Direção Geral do Tesouro e Finanças, a Direção Regional de Cultura do Norte e o Município de Vila do Conde.

Numa primeira fase, a intervenção permitiu estabilizar o edifício, que estava muito degradado, com a reparação da cobertura, de janelas, portas e paramentos exteriores, seguindo-se a reparação no interior.

Esta obra de salvaguarda e valorização da Igreja Matriz de Azurara, Vila do Conde, foi concretizada ao abrigo de um Protocolo de Parceria e Cooperação, assinado entre a Direção Geral do Tesouro e Finanças, a Direção Regional de Cultura do Norte e o Município de Vila do Conde.

O investimento total foi de 200 mil euros, sendo que 140 mil euros foram assegurados pelo Estado e os restantes 60 mil euros assumidos pela Câmara Municipal de Vila do Conde.

A igreja Matriz de Azurara, também conhecida como Igreja de Santa Maria, foi mandada edificar em 1502, pelo rei Manuel I. Desde 1910 que o edifício é considerado Monumento Nacional.

Descrição

Constituída como paróquia em 1457, a povoação de Azurara existia já desde o reinado de D. Afonso III, integrando então a freguesia de Pindelo. Depois da desanexação da paróquia de São Salvador de Canidelo, a Capela de Nossa Senhora da Apresentação passou a acolher as cerimónias religiosas da nova freguesia.
No entanto este templo cedo se mostrou insuficiente para albergar toda a população local, pelo que em 1502 o povo de Azurara, aproveitando a passagem de D. Manuel por aquelas terras quando este se dirigia a Compostela, pediu ao rei permissão para edificar uma nova igreja paroquial.
A construção da nova matriz, dedicada a Santa Maria a Nova, ter-se-á iniciado nesse mesmo ano, tendo sido provavelmente terminada em 1522, data de conclusão do espaço da capela-mor (MIRANDA, Marta, 1998, p. 80). O edifício resultante assemelha-se muito à matriz de Vila do Conde, edificada na mesma época, embora esta apresente uma estrutura mais imponente.
O conjunto evidencia-se por algum ecletismo, derivado certamente da longa campanha de obras de que resultou a sua edificação. A estrutura manuelina, de grande sobriedade, é decorada com um portal principal decorado com motivos de grotesco , cujo conjunto é rematado por um nicho com a imagem de Nossa Senhora da Apresentação, vinda da primitiva capela de Azurara com a mesma designação. Este conjunto de linguagem ao romano derivou certamente dos modelos traçados na Matriz de Caminha, e que a partir das primeiras décadas do século XVI se alastraram a todo o Noroeste português.
Do lado esquerdo da fachada foi construída no final do século XVII a torre sineira, com balcão no segundo registo e oito aberturas sineiras no topo, cujo modelo é decalcado da torre da matriz de Vila do Conde, edificada pelo mestre João Lopes o Moço durante a década de 80 do século XVI. A estrutura exterior das naves é rematada superiormente por uma linha de ameias, e a cabeceira encontra-se flanqueada por quatro contrafortes.
O interior é composto por três naves de cinco tramos marcados por arcos de volta perfeita assentes em pilares lavrados com motivos vegetalistas. A capela-mor, de planta quadrada, é coberta por uma abóbada de nervuras de gosto manuelino, concluída em 1522 pelo mestre Gonçalo Lopes, conforme nos indica a inscrição feita junto à mesma.
No programa decorativo interior destacam-se ainda o revestimento azulejar da cabeceira, datado do século XVIII e proveniente da oficina de António Rifarto (Idem, ibidem) e as pinturas retabulares. Os altares das naves laterais apresentam pinturas quinhentistas, salientando-se os painéis maneiristas do retábulo de Nossa Senhora do Rosário, pintados cerca de 1574 por Francisco Correia. O atual retábulo da capela-mor foi executado em 1720 pelo entalhador Francisco Machado.

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