Na sequência da transferência de competências para os órgãos municipais no domínio da Cultura, o Castelo de Santa Maria da Feira vai passar para a gestão municipal.
O auto de transferência de competências de gestão, valorização e conservação deste ex-líbris do território feirense vai ser assinado, esta quarta-feira, 16 de novembro, às 16h00, no Salão Nobre do Castelo.
O evento contará com a presença da Secretária de Estado da Cultura, Isabel Cordeiro, do Secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Carlos Miguel, do Presidente da Câmara Municipal, Emídio Sousa, e da Diretora Regional de Cultura do Norte, Laura Castro.
O Castelo de Santa Maria da Feira é um dos mais notáveis monumentos portugueses na forma como espelha a diversidade de recursos defensivos utilizados entre os séculos XI e XVI.
Para além da sua importância militar, importa ter em conta a sua dimensão político-cultural, uma vez que foi fundamental para a vitória de São Mamede, em 1128, quando o alcaide deste castelo, Pêro Gonçalves de Marnel, tomou o partido de D. Afonso Henriques contra D. Teresa e o conde de Trava.
Entre 1992 e 2006 realizaram-se estudos arqueológicos e importantes obras de restauro e conservação, numa parceria entre a Comissão de Vigilância do Castelo de Santa Maria da Feira e o ex IPPAR. Salienta-se a reabilitação da Capela e da Torre de Menagem, preparada para receber conferências, reuniões, espetáculos musicais, exposições e outros eventos.
Obra emblemática da arquitetura medieval portuguesa de tipo militar, o Castelo de Santa Maria da Feira é um dos nossos monumentos que melhor reflete a diversidade de meios de defesa utilizados durante a Idade Média, tendo sido fundamental em todo o processo de Reconquista e de autonomia do Condado Portucalense.
Diz a tradição que o Castelo da Feira se ergue no local de um templo indígena dedicado ao deus Bandeveluco-Toiraeco. A partir de 1117, desenvolveu-se aqui uma das mais importantes feiras de Portugal, que, com o tempo, deu mesmo nome ao burgo que nasceu à sombra do castelo.
Após 1448, o Castelo fica na posse do nobre Fernão Pereira, que então empreendeu algumas obras de reparação e reconstrução, transformando-o numa residência apalaçada. As grandes obras que lhe regulam o prospeto e lhe definem o carácter arquitetónico hoje visível datam de finais do século XV (com adaptações a novas regras da balística), e a Torre de Menagem, dominando a alcáçova, com o seu remate de coruchéus cónicos e a sua tenalha como novidade de reforço defensivo. Outra torre mais pequena, no lado nascente, forma um poço com uma bem lançada escadaria envolvente.