A intervenção em curso, naquele que é o monumento mais visitado da cidade do Porto, visa antes de mais a resolução de problemas estruturais e a limpeza e tratamento das paredes exteriores, não passando por isso despercebido, aos portuenses e turistas de passagem, a ocultação parcial do edifício por andaimes e, inclusive, uma cobertura provisória, que garantirá a sua proteção até à total substituição do telhado.
Já no interior, uma monumental tela esconde a azáfama diária de várias equipas de especialistas, desenvolvendo um minucioso trabalho de conservação e restauro da talha dourada, pintura e escultura que fazem da capela-mor da Sé do Porto um exemplar de referência do barroco português, visitada anualmente por milhares de turistas.
Com financiamento do Cabido Portucalense e direção técnica da DRCN, o projeto de reabilitação da capela-mor da Sé do Porto incluirá ainda a publicação de um livro, reunindo os resultados da investigação histórica em curso e descrevendo pormenorizadamente os trabalhos realizados. Publicação a integrar a coleção editorial PATRIMÓNIO A NORTE, edição da DRCN, que envolverá ainda o levantamento gráfico do edifício e um extenso registo fotográfico e videográfico dos trabalhos realizados, incluindo conteúdos multimédia como vídeos, visitas virtuais, time lapse e modelações 3D.
Já desde 2009 que a Sé do Porto tem vindo a receber intervenções estruturais no contexto da “Operação Rota das Catedrais” que, sendo da responsabilidade da DRCN, teve como objetivo a melhoria da experiência dos visitantes.
Recorde-se que a Sé do Porto, que antes do período pandémico, recebia uma média de 30 mil visitantes por mês, está classificada como Monumento Nacional desde 1910 e é propriedade do Estado Português, estando afeta à DRCN. A atual capela-mor foi construída a partir de 1606 e tem uma estrutura romano-gótica dos séculos XII e XIII, que sofreu grandes remodelações no período barroco (séculos XVII e XVIII).