Filigrana de Gondomar e Romaria da Senhora da Peneda integram PCI

A Filigrana de Gondomar e a Romaria da Senhora da Peneda integram, desde esta terça-feira, 10 de outubro, o Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial.

Foram hoje publicadas em Diário da República mais duas inscrições no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial: a Filigrana de Gondomar e a Romaria da Senhora da Peneda, ambas no Norte de Portugal.

A inscrição da «Romaria da Senhora da Peneda» no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial destaca a importância de que se reveste esta manifestação cultural enquanto reflexo da identidade da comunidade envolvente e a sua profundidade histórica e relação com outras práticas inerentes à comunidade.

No caso da «Filigrana de Gondomar», a inscrição vem reconhecer, além da questão da identidade, os processos sociais e culturais nos quais teve origem e se desenvolveu na contemporaneidade.

Sobre a «Romaria da Senhora da Peneda»

A Romaria da Senhora da Peneda remonta provavelmente à primeira metade do século XIII. Decorre entre os dias 31 de agosto e 8 de setembro, no lugar da Peneda, na freguesia serrana da Gavieira, concelho de Arcos de Valdevez, distrito de Viana do Castelo. Esta festividade cíclica anual é marcada pela realização de uma novena, com início ao meio-dia do dia 31 de agosto terminando no dia 8 de setembro. Cumprir a novena ou a meia-novena, assistir às missas, sair em procissão, rezar no altar da Senhora, alugar um ou vários ex-votos, dar nove ou mais voltas ao redor da igreja, visitar as capelas da via-sacra com ex-votos na mão e rezar o terço em surdina são alguns dos rituais que o romeiro realiza e que visam pagar uma ou várias promessas quer por si, quer por algum familiar próximo. No entanto, como em inúmeras festividades religiosas cíclicas que decorrem no Alto Minho, em particular no verão, motivações profanas levam também muitos participantes à Romaria, especialmente na noite do dia 6, quando no Largo do Terreiro, ao fundo do Escadório das Virtudes, largas centenas de pessoas participam nas danças, nos cantares ao desafio e interpretam músicas populares como viras, chulas ou canas verdes.

Fonte: Matriz PCI

Sobre a «Filigrana de Gondomar»

A filigrana conquistou uma identidade própria no concelho de Gondomar, conquistando uma identidade própria, tendo-se desenvolvido a partir do século XVIII.

O Norte de Portugal concentrou, nos últimos dois séculos, o maior número de ourives filigraneiros do país, destacando-se, na atualidade, as localidades de Gondomar e Póvoa de Lanhoso. Em Portugal, o trabalho de filigrana resulta da torção de dois fios de metal muito finos, entre duas tábuas de madeira, que é depois batido num cilindro de chapa. O fio assim obtido pode ser soldado sobre uma superfície de metal ou usado como recurso estruturante de uma peça, preenchendo inteiramente as armações dos objetos a executar. As duas técnicas coexistem no concelho de Gondomar, embora os ourives gondomarenses se tenham especializado na filigrana de integração.

A produção de uma peça começa na oficina, com a preparação do fio e armações de paredes finas e desenhos delicados. O enchimento dos esqueletos é depois entregue às enchedeiras ou feitoras, pacientes “rendeiras” que executam esta tarefa nas suas próprias casas. Depois de enchidas, as peças voltam às oficinas para serem soldadas, moldadas e montadas, recebendo finalmente os acabamentos: branqueamento, escovagem e secagem. Este ciclo de vida de uma peça – oficina /enchedeira /oficina -, individualiza a filigrana de Gondomar e estreita laços de sociabilidade na comunidade.

Fonte: Matriz PCI

Fotos: MatrizPCI | Câmara Municipal de Arcos de Valdevez

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