O Sismógrafo regressa à Casa das Artes do Porto a 14 de outubro para mais uma conferência do ciclo “Imagens do Pensamento”. A partir das 15h30 vai falar-se de “Natalidade como (possibilidade de) transmissão de um mundo comum ou a ética do/a que passa”, por Teresa Joaquim.
Teresa Joaquim é doutorada em Antropologia Social pelo I.S.C.T.E. e Professora Associada com Agregação da Universidade Aberta. É coordenadora do Mestrado de Estudos sobre as Mulheres: Género, Cidadania e Desenvolvimento. É membro do Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais (CEMRI) e ex-coordenadora do Grupo de Investigação em Estudos sobre as Mulheres, Género, Sociedade e Culturas. Foi membro do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (1996- 2001).
Partindo da afirmação de que “somos sobreviventes”, como construir um mundo comum? A partir de quê? De quem? A partir da junção de encontros diversos e da noção de lixo elaborada em simultâneo pelo gesto de “pôr de parte” (Michel de Certeau) e de respigar (Agnès Varda). Esse gesto é acompanhado pela ideia de personagem conceptual (Deleuze e Guattari) que permite pensar uma comunidade infigurável (Rancière). Nesse sentido, utilizamos como exemplo o fio de compreensão que a noção de natalidade de Hannah Arendt permitiu (ou transmitiu) a Françoise Collin a possibilidade de repensar a criação de um mundo comum marcado pela vulnerabilidade não só do ponto de vista teórico como numa praxis feminista na sua pluralidade, de modo a tornar esse mundo, na expressão de Virginia Woolf, “um lugar que seja seu” (a room of one’s own) ou antes nosso.
O Ciclo Imagens de Pensamento, espaço para pensar as imagens e através das imagens, tem curadoria de Susana Camanho e Emídio Agra.
(Fotografia: Bárbara Fonte)