Abrangendo uma extensa área do concelho de Vila Nova de Famalicão, o Conjunto Arqueológico das Eiras é delimitado por duas linhas de água que convergem para o rio Ave, circunscrevendo sítios arqueológicos de diferentes cronologias e tipologias. Esta concentração arqueológica distingue-se não apenas pela grande dimensão, indiciadora de uma possível relevância hierárquica entre os povoados castrejos, mas também pela presença de monumentos megalíticos onde foram encontrados vestígios que revelam a convivência das populações dos castros vizinhos com estas estruturas.
O conjunto é formado pelo Castro das Eiras, um dos maiores povoados da Idade do Ferro na região Norte de Portugal, incluindo um balneário com profusa decoração de pedras graníticas; a Necrópole de Vermoim, composta por quatro mamoas; o Castro de Santa Cristina, com plataforma central definida por talude e muralha em pedra; o recinto muralhado do Castro de Vermoim, envolvendo a acrópole, junto do qual se situam os vestígios defensivos medievais do castelo da localidade, palco de importantes episódios históricos à época do Condado Portucalense; a Atalaia de Telhado, também datada da Idade Média, e, finalmente, a Bouça do Pique, povoado do século iii a. C.
Apesar da diversidade que caracteriza o Conjunto Arqueológico das Eiras, destacam-se a sua grande coerência espacial e notável enquadramento paisagístico, a que se somam o valor patrimonial e o relevante interesse histórico dos diversos sítios, justificando a classificação como uma unidade essencial à compreensão deste contexto territorial e da sua centralidade em relação a toda a região do Médio Ave e à vivência das populações locais até à Idade Média.
Portaria n.º 659/2022, de 1 de setembro – Classifica como conjunto de interesse público (CIP) o Conjunto Arqueológico das Eiras, nas freguesias de Pousada de Saramagos, Joane, Vermoim e Vale (São Martinho) e na União das Freguesias de Vale (São Cosme), Telhado e Portela, concelho de Vila Nova de Famalicão, distrito de Braga