Casa das Artes acolhe instalação AUTRUI

Inaugura no dia 3 setembro, às 16 horas, na Casa das Artes do Porto, a instalação fotográfica da autoria de Sinem Tas. No catálogo encontra um código QR associado a cada olhar, que lhe permitirá escutar as histórias individuais. Entrada livre.

AUTRUI significa “a outra pessoa” em francês. O projeto inspira-se na filosofia de Emmanuel Lévinas, autor que dedicou grande parte da sua obra ao desenvolvimento de um pensamento ético baseado no confronto e na consciencialização do outro. Segundo Lévinas, no reconhecimento do outro cria-se uma relação dialéctica de responsabilidade. Esta relação, não simétrica, coloca o outro acima do “Eu”, havendo um simultâneo respeito e reconhecimento da sua distância identitária.

AUTRUI é um espaço de encontro com o outro. Trata-se de uma instalação que instiga as questões sociais, as hierarquias construídas, as desigualdades e os desequilíbrios entre grupos ou indivíduos, dando voz ao outro, às posições marginalizadas, excluídas ou em desvantagem, e que são inerentes às várias camadas da sociedade.

Pretende-se protestar a importância do outro a partir da criação de uma obra que traduza um universo pacificado, e na qual o entendimento e a deferência entram em ação. A instalação consiste em 10 fotografias de olhos de pessoas que compartilharam as suas histórias de vida. As suas origens são diversificadas e mencionadas nos textos correspondentes. A intersecção de imagens e de textos propõe a criação de um novo outro, até então invisível.

AUTRUI conta ainda com a amostra de dois monitores de áudio onde poderá escutar uma mistura de idiomas, similar a uma de-construção da Torre de Babel. Cada participante conta/lê a sua própria narrativa no seu idioma nativo. No catálogo encontra um código QR associado a cada olhar, que lhe permitirá escutar as histórias individuais. Em suma, o projeto capta expressões do olho humano como homenagem ao universo singular de cada Outro.

Sobre a Artista
Sinem Tas é doutoranda em Arte Multimédia pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa e integra o centro de investigação CIEBA. Concluiu em 2013 uma Licenciatura em Relações Internacionais na Universidade Uludag em Bursa e trabalhou como fotojornalista em Izmir, Turquia.

Em 2018, terminou um Mestrado em Arte Multimédia especializado em Fotografia pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa , durante o qual foi bolseira da organização não governamental Ayhan Sahenk, Turquia. Desde 2014 trabalha como fotógrafa e cineasta freelancer em Lisboa, tendo participado em projetos e cursos de cinema do Kino Doc em Portugal.

Em 2017, Tas realizou o seu primeiro documentário “My Kaaba is Human”, exibido em vários festivais de cinema, entre eles destaca: V. Festival Olhares do Mediterrâneo exibido no cinema São Jorge, Global Migration Film Festival IOM’s Lockdown Film Club, I. Izmir International Refugee Film Festival, Shortcutz Guimarães, Olhares do Mediterrâneo Festival Extention by CRIA, AFSAD II. Short Film Contest, HuBB (Humans Before Borders) events and 3P: Pia-Palto Film Events.

O documentário inspirou o seu projeto atual, AUTRUI, no qual fotografa olhares e documenta histórias de pessoas de diversos países e culturas. As histórias recolhidas foram publicadas no portal transdisciplinar buala.org (em Portugal) e em bianet.org (na Turquia). Tas tem participado em exposições colectivas em vários países: Portugal, Espanha e na Turquia, e realizado exposições individuais em Portugal, Turquia e Marrocos.

Recentemente, em 2022, colaborou com o compositor português João Quinteiro para o projeto “Depurações para um Regresso”, integrando uma residência artística no O’culto da Ajuda com a produção do vídeo, “Hermes, nove da noite”, Lisboa.

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