Cantarinha de Guimarães e Junco de Forjães requerem certificação

Está a decorrer o período de consulta pública, junto do Instituto de Emprego e Formação Profissional, para a inscrição da Cantarinha dos Namorados e do Junco de Forjães no Registo Nacional de Produções Artesanais Tradicionais Certificadas.

A Oficina – Centro de Artes e Mesteres Tradicionais de Guimarães apresentou o pedido de registo da produção tradicional “Cantarinha dos Namorados de Guimarães” e a Câmara Municipal de Esposende apresentou pedido idêntico para a produção tradicional «Junco de Forjães – Esposende» no Registo Nacional de Produções Artesanais Tradicionais Certificadas. Ambos os pedidos mereceram parecer positivo da Comissão Consultiva para a Certificação de Produções Artesanais Tradicionais.

As declarações de oposição, devidamente fundamentadas, devem dar entrada no Instituto de Emprego e Formação Profissional, no prazo de 20 dias a contar da data de publicação (11.01.2023) dos avisos no Diário da República.

Cantarinha dos Namorados de Guimarães

A “Cantarinha dos Namorados de Guimarães” reproduz a forma de um cântaro de água e é composta por quatro peças: cântara; prato; púcara e tampa, produzidas em barro vermelho por recurso à roda de oleiro e decoradas com pó de mica que incorpora motivos florais feitos de barro em relevo, ou por marcação em baixo-relevo de elementos de cariz geométrico. Trata-se de uma peça icónica cuja perpetuação foi garantida por incontáveis gerações de oleiros ao longo de, pelo menos, quinhentos anos, sendo por isso testemunha de toda a história da olaria de Guimarães.

As unidades produtivas artesanais, que se dedicam à arte da cerâmica, localizam-se, hoje em dia, nas freguesias de Oliveira do Castelo e Fermentões, mais próximas à cidade, mas também nas mais afastadas freguesias de Brito e Lordelo. Daí que se considere todo o concelho como área de produção da Cantarinha dos Namorados de Guimarães e como limite territorial da indicação geográfica (IG) a registar, na perspetiva de que a sua certificação ajudará a formar novas unidades produtivas em todo o território vimaranense.

Junco de Forjães – Esposende

A produção artesanal das esteiras de Junco na Vila de Forjães, concelho de Esposende, é um dos patrimónios culturais, a nível material e imaterial, mais estimados e queridos pela população local, que ali foi introduzido ainda no século xix, dando origem a um grupo de artífices à época designado por «esteireiros». Usufruindo, também, do saber-fazer local acumulado ao longo de gerações em diversos mesteres artesanais, entre os quais a confeção de cestos e a tecelagem têxtil, o trabalho do junco foi-se ali consolidando e desenvolvendo, numa atividade produtiva que atingiu o seu auge em meados do século xx quando se registaram 80 a 90 esteireiros em produção, numa atividade de carácter familiar e que era praticada em conjugação com as atividades agrícolas.

Após uma época de declínio registada nas últimas décadas do século xx, assiste-se nos tempos mais recentes a um ressurgimento desta produção artesanal, mercê do interesse suscitado quer pelos saberes tradicionais envolvidos, quer pela sustentabilidade das matérias-primas utilizadas. Gradualmente, o trabalho do junco passou a ser realizado, essencialmente, pelas mulheres e as coloridas cestas de junco, feitas a partir das esteiras previamente tecidas nos teares próprios, passaram a ganhar preponderância na oferta ao mercado e constituem, hoje em dia, uma imagem de marca e de identidade de Forjães e do concelho de Esposende.

Como a investigação realizada demonstra, é na freguesia da Vila de Forjães onde se notabilizou e se pratica o artesanato de junco, no concelho de Esposende. Desde o século xix, centrado no lugar da Pedreira, e depois em outros lugares da freguesia, conforme as famílias se relacionavam ou disseminavam por casamento ou outra razão de mudança de residência, o artesanato do junco é reconhecido como pertencente à freguesia de Forjães.

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