Berta Nery Durão – Percurso e Identidade é a nova exposição temporária que o Museu do Abade de Baçal abre ao público no próximo dia 16 de dezembro, pelas 15h00.
Discípula de Columbano Bordalo Pinheiro e Carlos Reis, Berta Nery Durão (1896, Torres Novas – 1989, Urros, Torre de Moncorvo) produziu uma obra extraordinária, assente sobretudo no virtuoso desenho, mas que, por múltiplas circunstâncias, viria a ficar esquecida ou arredada dos habituais circuitos da arte.
Filha de pai transmontano, um oficial da Armada de Artilharia, Berta Nery Durão terá vivido ao compasso dos lugares impostos pela carreira do pai, como Macau, Funchal e Lisboa, ou, mais tarde, condicionada pelos lugares de trabalho do marido, médico na Companhia dos Caminhos de Ferro, até se mudar definitivamente para Trás-os-Montes, para a aldeia paterna de Urros, em 1939.
Influenciada por dois mestres do naturalismo, Berta Nery transpõe para a tela e para o papel um conjunto muito diverso de temas, como cenas do quotidiano bucólico, tradições, paisagens, costumes rurais, marinhas, ambientes domésticos, locais de intimidade e, sobretudo, muitos retratos, especialmente de pessoas das suas relações familiares.
Entre 1916 e 1944 expõe com alguma regularidade, principalmente na Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa, e recebe várias menções honrosas, mas a vida familiar viria a sobrepor-se à carreira de artista.
A exposição que agora se apresenta, a maior antologia da sua obra, resulta de uma seleção dos cerca de 200 trabalhos que o filho, o arquiteto Alfredo Durão de Matos Ferreira, doou, em 2015, ao Museu do Abade de Baçal, que, desde 1994, integra na sua exposição permanente a obra Cozinha transmontana.
