A casa-atelier de António Teixeira Lopes (escultor, 1866-1942), situada no centro de Gaia apresenta, além da sua notável produção escultórica, os cenários íntimos da sua vivência. Trata-se, em Portugal, da primeira casa-ateliê de um artista transformada em museu, com o interesse adicional de ter sido o próprio artista o seu primeiro diretor e curador.
A Casa-Museu permite contemplar um importante espólio de Artes Decorativas e de Pintura Portuguesa, revelador das tendências da época e da sensibilidade estética do Mestre.
Nas primeiras, destacam-se valiosos exemplares de mobiliário, marfins indo-portugueses (sécs. XVII-XVIII), porcelanas brancas da dinastia Quing e figuras de presépio atribuídas às oficinas de Machado de Castro (séc. XVIII). Na segunda, nomes sonantes e determinantes para a compreensão da pintura portuguesa.
A construção do edifício teve início nos finais do século XIX e foi seu arquiteto José Teixeira Lopes, irmão do patrono da casa. Foi aqui que o Mestre António Teixeira Lopes (1866-1942) habitou e trabalhou no seu atelier, tendo sido doado à Câmara Municipal de Gaia e aberto ao público como Casa-Museu em 1933.
Na Casa-Museu estão expostas as obras de maior relevo de António Teixeira Lopes, incluindo exemplares de escultura monumental (A Verdade, Flora), tumular (História, Caridade, Dor e Túmulo de Almeida Garrett), arquitetónica (Portas da Candelária), de vulto (A Viúva, Caim e Ofélia) e de caráter religioso (Rainha Santa Isabel e Santo Isidoro).
Da coleção particular do Mestre consta um espólio rico em Artes Decorativas com coleções de mobiliário, têxteis, vidros, ourivesaria, cerâmica, etc. Salienta-se a excelência da galeria de pintura do Mestre Teixeira Lopes, com nomes que permitem conhecer as sensibilidades estéticas e os gostos do artista: Alfredo Keil, António Carneiro, António Ramalho, Aurélia de Sousa, Domingos Sequeira, Henrique Pousão, João Vaz, José Malhoa, Silva Porto, Sousa Pinto, Vieira Lusitano, Vieira Portuense, entre outros.