- Sé de Braga
- Sé de Lamego
- Sé do Porto
- Sé de Vila Real / Igreja de São Domingos
- Basílica Menor de Torre de Moncorvo
- Basílica Menor de Santo Cristo de Outeiro
- Capela de São Frutuoso de Montélios
- Capela de São Pedro de Balsemão
- Concatedral de Miranda do Douro (antiga Sé)
- Igreja de Algosinho
- Igreja do antigo Mosteiro de Santa Clara
- Igreja de Freixo de Baixo
- Igreja de Gatão
- Igreja de Mancelos e Adro
- Igreja Matriz de Caminha
- Igreja Matriz de Freixo de Espada à Cinta
- Igreja Matriz de Meinedo
- Igreja Matriz de Sambade
- Igreja Matriz de Vila Nova de Foz Côa
- Igreja do Mosteiro de Leça do Balio
- Igreja do Salvador de Paço de Sousa
- Igreja de São Pedro de Cete
- Igreja de São Vicente, Matriz de Vimioso
A igreja de Algosinho é uma igreja com uma arquitetura românico bastante simplificada, possuindo um portal frontal sem decoração. Na fachada, rematada por um pequeno campanário, ressalta uma rosácea com estrela de David. Os elementos decorativos mais emblemáticos concentram-se na cachorrada do templo. O seu interior revela uma grande rusticidade. No adro desta igreja guardavam-se três estelas funerárias romanas, provenientes do termo da aldeia. Do conjunto de quatro estelas recolhidas em Algosinho, duas deram entrada no Museu das Terras de Miranda, onde integram o espólio desta unidade museológica.
Apesar da região periférica em que se localiza (no extremo ocidental de Trás-os-Montes e afastada dos principais caminhos de ligação Norte-Sul e Este-Oeste), o templo possui uma insuspeitada monumentalidade interior que, face às condicionantes histórico-geográficas, se torna difícil de explicar. Sabemos que, em meados do século XII, os Templários detiveram uma importante parcela deste território, mas entregaram-na à coroa ainda antes de finalizar a centúria e, mais importante, antes de se iniciar a construção da atual igreja. Por outro lado, desconhecemos qual a importância de Algosinho neste processo, e ainda que ela tivesse um castelo (não se sabe exatamente desde quando) não a podemos relacionar diretamente com os Templários.
O templo atual deverá datar de uma época avançada do século XIII, senão mesmo do seguinte. Ele é um dos mais inequívocos exemplos de como, nas regiões setentrionais e periféricas do reino, o Românico ultrapassou, em muito, a vigência natural estilística, onde o Gótico só escassamente penetrou. É um facto que Algosinho possui alguns elementos goticizantes (como o uso sistemático do arco quebrado ou a tentativa de maior ampliação espacial); mas é também verdade que, globalmente, estamos perante uma obra românica, com as suas paredes compactas, escassamente fenestradas, e, principalmente, com os seus modilhões, evocadores ainda de um mundo civilizacional românico – sendo certo que foi ao nível destes elementos que a maneira românica mais se prolongou no tempo.
Neste sentido, se o interior, pelo largo comprimento e relativa largura da nave e pelo acentuado desnível em relação à cota de entrada, revela alguma monumentalidade, a apreciação global do monumento confere-lhe um carácter modesto, filiado no “Românico tardio periférico”, e sem assinaláveis ruturas “face à generalidade edificadora transmontana” medieval. A análise do monumento reforça esse estatuto modesto.
A fachada principal, elevada a escassa altura, possui portal de arco apontado (simples e apoiado sobre impostas salientes e caixa murária) encimado por nicho de volta perfeita onde se inscreveu uma estranha rosácea circular preenchida por estrela de seis pontas. A empena é triangular, sobrepujada axialmente por sineira de arco redondo. O interior organiza-se em nave única de três tramos, a que se acede por uma escadaria descendente a partir do portal axial. O arco triunfal é de perfil apontado, duplo, e assente em impostas, não existindo qualquer suporte por meio de colunas. A capela-mor original infelizmente perdeu-se, sendo substituída pela atual ábside, datada do período barroco, de planta retangular e ampla iluminação lateral. As principais obras decorativas do interior datam do século XVI. Aquando do início dos trabalhos de restauro, o arco triunfal era ladeado e encimado por três painéis murais; o superior apresentava-se já em muito mau estado e foi destruído, mas os dois laterais (longamente protegidos por retábulos barrocos entretanto suprimidos) puderam ser destacados e restaurados por Abel Moura, num processo não isento de crítica, mas que permitiu a sua sobrevivência até aos dias de hoje. Neles se pintaram duas imagens de Santa Catarina e de São Bartolomeu, retratados como “figuras-estátuas” inseridas em nichos. Posterior, da época maneirista, é o retábulo-mor, de secção tripartida e conservando as tábuas originais alusivas ao ciclo do Nascimento de Jesus, obra claramente periférica, embora reveladora do gosto da segunda metade de Quinhentos. A imagem atual da igreja pertence à campanha restauradora que a DGEMN empreendeu nos anos 60 e 70 do século XX. Historicamente, foi uma intervenção já tardia da instituição, mas fiel aos seus propósitos iniciais de Unidade de Estilo, que, curiosamente, retomou uma prática laboral anónima e coletiva, bem visível na feitura de novos modilhões.
IPPAR / IGESPAR
Localização:
Paredo da Bemposta, 5200-351 Mogadouro, Bragança Portugal
Horário
Visita mediante marcação prévia.
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